Presidente descarta realização de concurso para contratar mata-mosquitos

20/01/2006 - 14h08

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na cerimônia de repasse de recursos do governo federal para a saúde da Baixada Fluminense (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não realizará concurso público para contratar mata-mosquitos. Segundo o presidente, decisão do Ministério Público considerou a atual contratação dos mata-mosquitos inconstitucional.

Lula explicou que o concurso poderá prejudicar os funcionários que já trabalham na função e têm baixo grau de escolaridade, mas destacou também a eficácia da seleção por meio de um concurso. "Fazer concurso sempre significa que um mais letrado, que não é mata-mosquito, vai passar no lugar de alguém, que já é mata-mosquito. Apesar de o concurso ser uma forma transparente, democrática e justa, nós sabemos que muitos não tiveram a oportunidade de estudar como outros".

O presidente pediu que os deputados do estado do Rio conversem sobre as condições da categoria (mata-mosquitos) com os procuradores do Ministério Publico. "A gente não pode aceitar sem uma discussão. Eu pedi para os deputados conversarem com os procuradores para que a gente possa garantir a continuidade do trabalho de vocês".

Em Queimados, município da Baixada Fluminense, Lula participou da cerimônia de repasse de R$ 56 milhões do governo federal para a conclusão do hospital geral da cidade e melhoria do atendimento médico em outros 11 municípios.

Na ocasião, Lula voltou a rebater críticas de que as obras inauguradas pelo governo são eleitoreiras. "Este ano é ano de uma colheita muito grande e, por isso, que de vez em quando, vocês vão ver algumas pessoas dizendo: 'Esse ato de Queimados é campanha eleitoral. A inauguração de uma estrada é campanha eleitoral'. Se eu não fizesse, era campanha eleitoral para eles. Se faço, eles dizem que é para mim. Entre fazer para eles e fazer para mim, eu prefiro fazer para nós aqui a fazer para eles", afirmou.