Lula defende realização de concursos para melhorar funcionamento das instituições públicas

20/01/2006 - 15h05

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Ao visitar hoje (20) o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em Xerém, no município de Duque de Caxias (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as críticas de que seu governo, ao sugerir a abertura de novos concursos públicos, estaria contribuindo para o inchaço da máquina pública. Segundo Lula, abrir novas vagas na iniciativa pública, por meio de concurso, é fundamental para melhorar o funcionamento das instituições públicas brasileiras.

"Todas as vezes que pedimos um concurso, somos vítimas de muita agressão. Falam que é inchaço da máquina, que é para colocar petista dentro do governo, quando, na realidade, o estado brasileiro estava totalmente desestruturado", afirmou. Ao autorizar a contratação de novos funcionários públicos, disse Lula, o que o governo está fazendo é contribuir para "repor os quadros de que o estado brasileiro necessita para cumprir seu papel de estado".

Ele ressaltou a importância do Inmetro para o desenvolvimento do Brasil e anunciou que, até o dia 1º de março, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, deve anunciar a definição do plano de carreira dos funcionários da instituição.

No discurso, Lula voltou a falar das oportunidades que o Brasil está tendo de se tornar um país desenvolvido, mas lembrou que, para isso concretizar, precisa da vontade de todos os brasileiros. Segundo ele, se depender dos outros países, especialmente dos desenvolvidos, o Brasil nunca deixará de ser um país emergente. "Nenhum competidor quer que a gente faça coisas em que a gente possa competir com eles. Se nós quisermos ficar dependentes, melhor para todo mundo", afirmou.

De acordo com o presidente, foi por isso que o governo brasileiro resolveu devolver os US$ 15,5 bilhões para o Fundo Monteiro Internacional (FMI). "Era um dinheiro que veio para o Brasil em função de uma crise muito difícil, mas agora estamos com a economia estabilizada, temos muitas reservas, mais do que eu acho que precisaríamos. Então, para que ficar pagando juros de um dinheiro que a gente não vai precisar", questionou.