Fiesp e governo da Turquia firmam protocolo para cooperação empresarial

20/01/2006 - 15h57

São Paulo, 20/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) firmou hoje (20) protocolo de intenções com o Conselho Econômico de Relações Internacionais (Deik) da Turquia, que prevê acordo de cooperação entre a comunidade empresarial paulista e a daquele país. O protocolo foi assinado pelo vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Abdullah Gül.

Na mesma solenidade, foi criado o Conselho Empresarial Brasil-Turquia, com o objetivo de estreitar e intensificar as relações comerciais entre os dois países.

Segundo o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, se for criado um diálogo direto entre homens de negócio e empresários dos dois países, melhora-se o conhecimento recíproco. "Nós conhecemos muito pouco da Turquia, e os turcos conhecem muito pouco do Brasil. Então, vamos trocar informações sobre oportunidades de negócios, de investimentos, de produtos, de comércio e vamos organizar missões comerciais entre os dois países".

Giannetti informou que há possibilidade de uma missão brasileira partir em maio para a Turquia. "Provavelmente, haverá uma missão em maio, liderada pela Fiesp, do lado privado, junto com o governo, para fazermos uma seqüência desse entendimento que estamos iniciando aqui".

Além disso, ficou acertado que a Turkish Airlines, empresa aérea daquele país, criará uma rota de vôo de São Paulo direto para Istambul. "Esse vôo criará um portão de entrada para os brasileiros no Oriente Médio. Possivelmente nós vamos passar a usar essa linha para fazer as viagens para o Líbano, Jordânia, Iraque, Irã", disse Giannetti.

Por sua localização entre o Oriente Médio e a Europa e por ter um mercado de 70 milhões de habitantes, a Turquia é considerada importante para o Brasil. "Nossa presença é ínfima na Turquia. Temos que fazer um esforço sério para melhorar nossas relações comerciais com esse país".

O Brasil exporta para a Turquia produtos como café, açúcar, minério de ferro, soja e autopeças. Já a Turquia vende para o Brasil nafta, frutas e produtos de aço. De acordo com Giannetti, o volume comercializado entre os dois países é muito pequeno. "Então, há oportunidade de aumentar em centenas de milhões de dólares em curto prazo o relacionamento bilateral".

Giannetti ressaltou que empresários ligados à Fiesp enxergam possibilidades de fornecer àquele país serviços de engenharia, software, papel e celulose, produtos químicos, alimentos e materiais para construção. "São áreas nas quais o Brasil tem nítido potencial e não está explorando". Em 2005, o Brasil exportou para a Turquia cerca de US$ 600 milhões e importou aproximadamente US$ 100. "É muito pouco entre Brasil e Turquia. Existe um potencial de crescimento acima de 50% ao ano", afirmou.