Especial 3 - Para Cnen, nova fábrica de urânio ''facilita'' finalização de Angra III

20/01/2006 - 9h01

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A inauguração da primeira indústria de enriquecimento de urânio no Brasil pode acelerar as obras de finalização da usina de energia nuclear Angra III. Em entrevista à Agência Brasil , o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, acredita que a fábrica "facilita" a realização do novo empreendimento. O executivo lembra, no entanto, que a obra depende de uma decisão do presidente da República.

"Nós estamos fazendo o possível para que o governo assuma essa solução", revela Gonçalves. "Nós acreditamos que os sinais são positivos e estamos trabalhando muito fortemente para que isso aconteça, mesmo porque nós, da CNEN, somos no governo o principal assessor na formulação da política nuclear."

Cerca de 70% das obras da usina Angra III já estão concluídas. Esse cálculo é feito tendo como referência a estrutura de Angra II, instalada no município de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. O orçamento necessário para a conclusão de Angra III, de acordo com informações da Eletronuclear, seria de 1,8 milhão de euros.

De acordo com o presidente da CNEN, o Programa Nuclear Brasileiro está sendo submetido à aprovação do governo federal e deve ser finalizado ainda este ano. Gonçalves salientou que o projeto é "uma proposta de política de Estado, e não de política de governo".

O programa sugere que sejam feitos investimentos no país até 2022 da ordem de U$ 13 bilhões, englobando a construção de várias usinas nucleares de pequeno e grande portes, a ampliação na área tecnológica de radiofármacos (para utilização hospitalar), entre outras ações.

A inauguração da primeira unidade de enriquecimento de urânio da Indústrias Nucleares do Brasil(INB) é vista pelo presidente da CNEN como a concretização do sonho de conseguir completar o ciclo de combustível nuclear no país, com tecnologia total."Hoje, nós dominamos todo o ciclo de combustível, desde a mineração até a parte final de beneficiamento", comemora Gonçalves.