Edla Lula
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou hoje (21) o secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. A cerimônia coincidiu com o anúncio, pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, da abertura dos arquivos da ditadura militar, até agora guardados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Na cerimônia de posse, Paulo Vannuchi citou o cientista político italiano Norberto Bobbio, ao afirmar que, para se aproximar dos temas dos direitos humanos com um senso de realismo, "aconselharia o salutar exercício de ler a Declaração Universal dos Direitos Humanos e olhar em torno de si. E será obrigado a reconhecer que, apesar das antecipadas iluminações dos filósofos, das corajosas formulações dos juristas, dos esforços dos políticos de boa vontade, o caminho a percorrer ainda é longo".

Vannuchi ressaltou que, no Brasil, o longo caminho "exigirá certamente a repetição de vários governos igualmente comprometidos com o combate às desigualdades sociais, como o nosso governo".

O novo secretário lembrou que os direitos humanos envolvem a defesa e proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes, dos idosos, dos portadores de deficiência e das minorias étnicas e de gênero.

O presidente Lula disse que esses são temas prioritários para o governo. Dirigindo-se ao novo secretário, Lula garantiu que haverá apoio à pasta. "Se você for você mesmo, fizer tudo o que acredita que tem que ser feito, contar - e contará com a contribuição de todos nós para que tenha facilidade na sua função - não tenho dúvida nenhuma de que uma das coisas que marcarão o nosso governo será a política de direitos humanos", afirmou o presidente.

Paulo Vannuchi é mestre em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), foi diretor do Instituto da Cidadania, organização não-governamental (ONG) ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Na transição entre o governo anterior e o atual, trabalhou na equipe que criou a Secretaria Especial de Direitos Humanos.

A secretaria recuperou hoje o status de ministério, com o qual foi criada em 2003 e que havia perdido.