CPI relaciona pagamentos a parlamentares com votações no Congresso e mudanças de partido

21/12/2005 - 15h54

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios divulgou hoje (21) um documento que relaciona os pagamentos feitos à parlamentares às votações no Congresso Nacional e às mudanças de partido. O texto aponta para as proximidades das datas em que houve pagamentos e votações importantes no Congresso ou parlamentares que mudaram de legenda.

O documento mostra que, no período de fevereiro a agosto de 2003, a empresa Guaranhuns efetuou pagamentos mensais a parlamentares do Partido Liberal (PL). Os pagamentos variam de R$ 60 mil a R$ 500 mil semanais. A corretora Bônus-Banval efetuou pagamentos ao Partido Progressista (PP) em intervalos de 48h e 72h. Os pagamentos variam entre R$ 50 mil e R$ 1 milhão.

Com relação às mudanças de partido, houve concentração de pagamentos em maio de 2003, "com o intenso ingresso de parlamentares no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)", relata o documento. Esse pagamentos, de acordo com o relatório, também foram concentrados entre janeiro e fevereiro de 2004, "com a mudança de parlamentares para o Partido Progressista (PP)".

Nas votações de interesse do governo, o relatório aponta que os pagamentos foram feitos a partir de setembro de 2003 e eram em concentrados em datas próximas às votações de interesse do governo. O documento relata, ainda, que até setembro de 2003, o padrão era a retirada de recursos na boca do caixa. "A partir daí essa sistemática mudou".