Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A frente composta por 110 países em desenvolvimento para unir forças para negociar com os Estados Unidos e a União Européia na 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) deve acabar agora, quando começa um segundo momento das conversações.
"É muito difícil que a frente continue, os interesses são muito distintos. Brasil, Argentina, Índia e China têm interesses divergentes. Até aqui houve uma aliança para pressionar os países desenvolvidos em relação à questão agrícola. Quando se entra na parte industrial, as posições são diferentes", avalia o coordenador do Conselho Superior de comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa.
Os 110 países se uniram para exigir dos países desenvolvidos o fim dos subsídios a exportação. Agora, o fim da Frente significa perda de força e pode ser decisivo na queda-de-braço comercial. No primeiro momento, a opinião dos países em desenvolvimento era a mesma: acabar com os subsídios. Mas, para isso, os países desenvolvidos exigem contra-ofertas que irão compor o Acordo de Modalidades.
A Conferência marcou um avanço, "conseguimos uma grande coisa, incluir a negociação de agricultura. Foi a primeira vez que os países estão conversando concretamente sobre a área", comemora o coordenador. O Brasil luta, na OMC, pela liberalização do comércio na agricultura com redução das tarifas, barreiras e subsídios.