Rio, 19/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - O plano de recuperação da Varig foi aprovado hoje (19) na assembléia de credores da empresa, com praticamente 100% das pessoas presentes da Classe 1 (trabalhadores da Varig) e da Classe 2 (que tem como maior representante o fundo de pensão Aerus) e 71,8% da Classe 3 (créditos sem garantia, com votantes como Petrobras Distribuidora e Boeing).
De acordo com o presidente da Varig, Marcelo Bottini, o plano prevê a reestruturação da empresa, com a renovação da frota de aviões. A meta é chegar ao final de 2006 com até 75 aeronaves em operação. Atualmente, a Varig já tem essa quantidade de aeronaves, mas apenas 58 estão em operação.
"A idéia é trazer esse número para 63, depois para 69 voando, e aí nós entraríamos na normalidade, com apenas seis parados, em geral para manutenção", afirmou Bottini.
Ele disse que a empresa não deverá demitir funcionários para tentar saldar seus débitos. "A princípio, não teremos demissões. A redução de custos não passa só por pessoal, passa por negociações. Existem diversas maneiras de reduzir custos". Ele citou, por exemplo, a proposta que poderia ser feita aos funcionários "de que abrissem mão, num determinado momento, de 10% de seus salários e se convertesse esse valor em ações".
Também foi decidida na assembléia a rejeição da venda da empresa para o grupo Docas, do empresário Nelson Tanure. A transação, envolvendo o pagamento de US$ 112 milhões pela compra de 25% das ações ordinárias (com direito a voto) da Fundação Ruben Berta, controladora da companhia aérea, foi acertada na semana passada entre dirigentes da fundação e Tanure, mas dependia da aprovação dos credores da Varig, que votaram contra a operação.
A assembléia foi realizada com uma determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que suspendia sua realização por medida liminar.