Brasília, 16/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - Apenas quatro universidades brasileiras ainda mantêm a greve, que já completou 109 dias: as federais do Espírito Santo, de Viçosa, de Sergipe e de Campina Grande. As outras 28 instituições que interromperam as aulas, acataram a proposta do Comando Nacional de Greve e determinaram o fim da paralisação a partir de segunda-feira (19). A proposta está prevista no Projeto de Lei 6.364, enviado no dia 8 ao Congresso Nacional.
O fim do movimento grevista, no entanto, não significa o retorno das aulas. Agora, cada universidade vai definir o calendário para reposição dos dias parados. Gilberto Marques, do Comando Nacional de Greve, sugere que a partir de janeiro as instituições retomem as aulas. "Cada instituição é que vai decidir o retorno ao trabalho, mas no mês de dezembro há sempre uma interrupção das aulas, devido ao recesso do Natal e do Ano Novo. Por isso acreditoque as atividades acadêmicas só deverão ser retomadas a partir de janeiro", prevê.
A greve, segundo Marques, foi a maior dos últimos 25 anos, mas ficou longe de alcançar todos os objetivos dos professores. Entre eles, citou como exemplo a isonomia para os de primeiro, segundo e terceiro graus, que não foi concedida.
Apesar disso, Gilberto Marques afirma que houve avanços em alguns pontos, como o reajuste médio de 9,45% sobre o salário-base, que só valerá no ano que vem, assim como a paridade entre ativos e aposentados, outra reivindicação atendida. Essas propostas estão previstas no PL 6.364. "A gente considera que a paralisação trouxe grandes avanços. Estamos caminhando rumo à paridade que, segundo o Projeto de Lei, será implementada a partir de julho de 2006. Conseguimos demonstrar para o governo que nós temos força", sintetizou.
Balanço divulgado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) estima que 250 mil estudantes foram prejudicados com a greve. Mas segundo o Ministério da Educação este número não chegou a 200 mil alunos.