Grandes exportadores agrícolas aliam-se a G 20 para pedir mudança no comércio

16/12/2005 - 12h34

Mylena Fiori
Enviada especial

Hong Kong (China) – O grupo que representa os países ricos e agroexportadores – como Austrália e Canadá – emitiu uma nota hoje (16) em conjunto com o G 20 – grupo de 21 nações que pede redução de subsídios agrícolas. O documento marcou a segunda união bem sucedida dentro da 6ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Também hoje, um documento lançado pode ter marcado o nascimento do G 110 – nome usado por alguns negociadores para batizar a possível união entre a maioria das nações do Sul do planeta. Atualmente, os chamados países em desenvolvimento se unem em torno do G 20 – grupo de nações que pede redução de subsídios agrícolas. Os países pobres unem-se em várias frentes.

Em nota conjunta lançada nesta sexta-feira, os membros do G 20 e do Grupo de Cairns reafirmam que o motor das negociações deve ser a agricultura. E enfatizam, há dois dias do encerramento da conferência, que a dinâmica da negociação requer movimentos por parte da União Européia e dos Estados Unidos.

"Conclamamos os principais membros a demonstrarem a necessária flexibilidade nesta semana para garantir que possamos concluir as negociações em 2006 e cumprir as promessas da Agenda de Doha para o Desenvolvimento", diz o documento.

Diante da falta de perspectivas de progresso em outros temas, a pressão tem se concentrado em um tema teoricamente simples: a fixação de uma data para o fim dos subsídios `a exportação - a eliminação de tais subsídios já havia sido acordada em julho de 2004.

O apoio aos países mais pobres e outra aposta do G 20 para não sair de Hong Kong com o sentimento de missão fracassada. Neste sentido, em conjunto com o grupo de Cairns, os países do G 20 pedem "progressos" no chamado tratamento especial e diferenciado também já acertado em julho do ano passado, incluindo produtos especiais, mecanismos de salvaguarda especial e temas como produtos tropicais.

"Sem progressos significativos nessas áreas em Hong Kong, corre-se o risco de estender o impasse ainda por um longo período de tempo, perspectiva insustentável para a Rodada", conclui a nota conjunta. Os membros dos dois grupos são: África do Sul, Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Egito, Filipinas, Guatemala, Índia, Indonésia, Malásia, México, Nova Zelândia, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Tailândia, Tanzânia, Uruguai, Venezuela e Zimbábue.