Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, defendeu uma "forte apuração" sobre a denúncia de escuta na central de telefones da Rede Gazeta de Comunicação. As gravações foram autorizadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo Pedro Valls Feu Rosa, como parte das investigações sobre o assassinato do juiz capixaba Alexandre Martins.
"Eu tenho absoluta convicção de que quem fez isso, se fez com fraude, se fez com má fé, se manipulou dados como muitas vezes já aconteceu no Brasil, tem que responder por isso", disse o ministro após a divulgação do 2º Prêmio Innovare, em Brasília.
Para Thomaz Bastos, toda censura à liberdade de imprensa precisa ser repudiada. "Não pode existir censura no Brasil. O controle tem que ser a posteriori, você não pode impedir o jornal de publicar alguma coisa, o que você pode é responsabilizar o jornal depois que ele publica", explicou.
O telefone da rede, que inclui o jornal A Gazeta, a TV Gazeta, a Rádio CBN e o site GazetaOnline, foi incluído na lista de números que foram grampeados com autorização da Justiça. No pedido à Justiça, o telefone aparece como sendo da Telhauto Material de Construção, empresa supostamente de fachada que pertenceria a um dos acusados de ter intermediado a morte do juiz.
Thomaz Bastos informou que pretende se reunir ainda esta semana com representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e conversar com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, sobre o assunto.