Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio – O vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior, José Augusto de Castro, acredita que os países desenvolvidos oferecem "muito pouco" para abrir seus mercados a produtos agrícolas, em contrapartida aos países em desenvolvimento, que já acenaram com a possibilidade de reduzirem o nível tarifário de seus produtos e serviços.
Na avaliação dele, esse impasse poderia fazer com que a 6ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) terminasse sem acordos no que diz respeito às negociações de subsídios agrícolas, assunto de interesse tanto de países desenvolvidos (como os Estados Unidos e a maior parte dos integrantes da União Européia) quanto de países em desenvolvimento (caso do Brasil, Índia e China, por exemplo).
"É uma negociação na qual alguns querem muito e outros querem oferecer pouco", disse. "Na realidade os países desenvolvidos, leia-se Estados Unidos e União Européia, oferecem muito pouco para abrir os mercados de produtos agrícolas, principalmente, na redução dos subsídios. A tendência, infelizmente, é não se chegar a nenhum acordo", analisou.
Castro afirmou que a redução de subsídios é questão "prioritária" para o Brasil, que é um grande produtor agrícola. Se isso acontecesse, avaliou, o país teria condições de exportar mais e com valores mais elevados. "Assim, poderia gerar mais empregos e reduzir a dependência do capital externo", concluiu.