Vítor Abdla
Repórter da Agência Brasil
Rio – O governo federal reservou R$ 60 milhões no orçamento de 2006 para a duplicação de um trecho de 26 quilômetros (km) da BR-101, afirmou hoje (13) o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy. O trecho será interligado ao projeto do Anel Rodoviário do estado do Rio de Janeiro. A obra, orçada em R$ 141 milhões, tem previsão de um ano e meio de execução, devendo começar no início do ano.
A licitação das obras de duplicação do trecho entre Itacuruçá, no município de Itaguaí, no Rio de Janeiro, e Santa Cruz, na capital fluminense, já deveria ter sido feita no início deste ano, mas foi impedida pela Justiça. Recentemente, segundo a Secretaria de Tesouro Nacional, a Justiça liberou a continuidade do processo.
As discussões sobre o projeto, entre União, estado e empresários, concentram-se agora na construção do trecho de 77 km do Anel Rodoviário. A rodovia ligará a BR-101 e o Porto de Sepetiba ao município de Itaboraí, do outro lado da Baía de Guanabara. O anel cortará a Baixada Fluminense, margeando o município do Rio.
A dúvida se refere à modalidade de construção. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), estudam-se três formas: a concessão, em que as empresas privadas assumem todo o empreendimento; a divisão do trabalho com a União, em que o governo federal construiria parte da rodovia; e o repasse de recursos da União, em que o empreendedor receberia recursos públicos para fazer a obra.
Segundo Levy, a opção mais rápida é a concessão, já que a realização de obras pela União demanda tempo. "Na hora que você colocar verba do governo federal, o estado do Rio de Janeiro perde. Ele tem menos controle sobre a obra. Se for o governo federal, quem fará será o Departamento de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), ele entrará no conjunto geral de tudo o que o governo tem que se dedicar", disse Levy.
Segundo ele, o governo federal tem a preocupação de atuar também em outros estados, o que poderá atrasar a obra no Rio de Janeiro. O empreendimento tem custo de R$ 430 milhões. A previsão é que as obras durem dois anos.