Evento é espaço para articular mais de 100 órgãos de políticas para mulheres de todo o país

13/12/2005 - 12h01

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O 7° Fórum de Organismos Governamentais de Políticas para Mulheres reúne até amanhã, em Brasília, cerca de 100 coordenadoras de Política Públicas para Mulheres de governos estaduais e municipais. Elas são responsáveis pela implementação de políticas locais de gênero, e o evento está funcionando como um espaço de articulação entre os diferentes órgãos. A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, participou hoje (13) da solenidade de abertura do evento.

A ministra destacou o avanço das políticas de apoio às mulheres, lembrando que, em 2004, eram apenas 18 coordenadorias da mulher em todo o país, e em 2005 esse número saltou para 101. "A perspectiva é por um crescimento ainda mais acelerado nos próximos anos, pois uma das atribuições dos organizamos estaduais é apoiar a criação de coordenadorias nos municípios."

Para a coordenadora estadual do Rio Grande do Sul, Beloni Turcatto, o trabalho desenvolvido no estado, com apoio da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres tem ajudado a diminuir o alto índice de violência contra a mulher. Segundo ela, Porto Alegre também foi considerada pela pesquisa dos ministérios das Saúde e da Justiça como uma das 18 cidades mais violentas do país.

Na opinião dela, as coordenarias são as "ouvidorias das mulheres" e as mulheres têm uma visão diferenciada. "Nós buscamos, geralmente, o bem comum da comunidade em que vivemos, nos preocupamos com a escola do filho e a paz da nossa comunidade, ajudamos as associações de bairro, os grupos de trabalhadores rurais e todos os movimentos sociais".

De acordo com a coordenadora municipal de Política Públicas para Mulheres de Porto Velho (Rondônia), Maria Santiago Lima, uma das participantes do evento, a capital do seu estado foi classificada, segundo uma pesquisa feita pelos ministérios da Saúde e Justiça, como uma das 18 cidades brasileiras onde mais se comete violência contra a mulher.

"Nós temos uma casa de amparo à mulher vítima de violência, onde trabalha uma equipe multidisciplinar com psicólogos e advogados, e a idéia é criar uma casa de abrigo", lembra ela. Para Lima, com a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, em 2003, as mulheres brasileiras estão vivendo um momento privilegiado na sua história. "Hoje, nossas reivindicações deixaram de ser apenas reivindicações e passaram a ser tratadas como políticas públicas".

Na sua avaliação, as reivindicações das mulheres se encontram hoje na pauta dos governos, desde o federal até os municipais. "Eu imagino que nesse fórum é o momento que nós aproveitamos uma oportunidade para fazer essa avaliação do nosso trabalho e também para fortalecer a implantação das políticas públicas voltadas para essa questão de gênero nos nossos municípios", diz ela.

Na visão de Maria Santiago, as coordenadorias trabalham com uma experiência nova, seja no âmbito federal seja no local, e com uma responsabilidade muito grande de trabalhar as políticas de forma transversal. "Nós pegamos uma bandeira específica de um segmento da sociedade e fazemos com que as demais secretarias compreendam que isso é uma necessidade e que tem que perpassar por todas as secretarias", explica.