Rio, 13/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Conselho de Curadores da Fundação Ruben Berta (FRB), César Cury, disse hoje (13) esperar que na reunião dos credores marcada para o dia 19 seja aprovada a proposta da Docas Investimentos.
Acordo assinado ontem (12) prevê que a empresa assume a gestão da Varig, ao comprar 25% das ações ordinárias (com direito a voto) da FRB Participações, por US$ 112 milhões, além do controle do capital votante da FRB-Par, que era a controladora do grupo Varig. Antes, segundo Cury, faziam parte do processo os ativos referentes à Varig, Rio Sul e Nordeste e suas controladas. "Agora, Docas tem sob sua gestão todos os ativos da FRB-Par, incluindo a Sata (Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo), a Tropical (Companhia Tropical de Hotéis) e inúmeras outras empresas, que poderão ser negociadas em conjunto com os credores", informou.
O presidente do Conselho de Curadores da FRB disse ter "certeza de que os credores da Varig, parceiros de muitos anos, pretendem continuar a ser parceiros e vão entender esse movimento de forma adequada". Cury explicou que a compra das subsidiárias VarigLog e Varig Engenharia e Manutenção (VEM) pela companhia aérea portuguesa TAP, em novembro passado, por US$ 62 milhões, foi um "processo de opção de compra". Como não havia a definição ainda desse processo, a operação admitia a formulação de propostas de outras empresas, como ocorreu agora, no caso da Docas Investimentos, que ofereceu US$ 139 milhões pelo controle das duas subsidiárias. "É mais que o dobro da oferta anterior da TAP, de US$ 62 milhões", disse.
Cury esclareceu que a TAP, nesse processo, contou com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) equivalente a dois terços dos US$ 62 milhões. "Isso demonstra a vontade da Docas de participar do processo, assumindo que o valor das empresas é muito maior e se colocando à disposição para pagar esse valor. Isso nos deixa muito satisfeitos", afirmou.
A operação emergencial apoiada pelo BNDES tinha por objetivo pagar às empresas de leasing (de aluguel) dos Estados Unidos, evitando dessa maneira o arresto dos aviões da Varig. Na realidade, contudo, a TAP ainda não se tornou dona de fato das subsidiárias, explicou César Cury.