Comitê do software livre planeja ações diante da complexidade dos bancos de dados públicos

13/12/2005 - 10h32

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Comitê de Implementação do Software Livre, ligado ao Governo Eletrônico, desenvolveu uma agenda técnica para ser seguida no próximo ano, em sua última reunião do ano, há cerca de duas semanas. De acordo com o coordenador do comitê, Renato Martini, presidente do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), ligado à Casa Civil, os integrantes fizeram um balanço das ações postas em prática até o momento.

"Foi o primeiro encontro do grupo depois da saída do Sérgio (Amadeu da Silveira, ex-presidente do ITI e ex-coordenador do Comitê, até agosto passado). Concluímos, por exemplo, que o trabalho de aculturamento que o Sérgio fez, difundindo a importância da adoção do software livre, foi muito bem desempenhado. Agora, precisamos partir para uma agenda prática, e é o que faremos em 2006", relata Martini.

Para o novo coordenador do Comitê do Software Livre, a adoção da nova tecnologia é um desafio que não se supera do dia para a noite. "Revoluções tecnológicas levam pelo menos 10 anos para se consolidar", registra. Martini destaca o tamanho das bases de dados inseridas nos sistemas de informática brasileiros como o bancário, previdenciário, a folha de pagamento e o sistema de compras do governo federal, entre outros. "São inúmeras bases e todas muito complexas, são sistemas gigantescos que rodam em plataformas heterogêneas e distintas umas das outras. Não dá para mudar tudo como num toque de mágica. Além disso, pela importância dos dados que contêm, é preciso migrá-las com responsabilidade", frisa.

Martini define o comitê como um espaço para partilhar experiências e trabalhos na área, em cooperação com outros órgãos de governo e até mesmo com empresas que estão no mercado. Por ser um dos comitês que integram o Governo Eletrônico, o Comitê de Implementação do Software Livre tem também a função de debater as políticas de inclusão digital, e de analisar como essas políticas se complementam, para evitar superposição ou lacunas.

O coordenador lembra ainda que nunca foram estabelecidas no Comitê do Software Livre metas fixas para implementação da nova tecnologia. "Não é nosso papel. Além disso, cada órgão do governo tem suas especificidades e adota suas próprias experiências diante desse quadro. Posso garantir que a maior parte dos órgãos de governo tem alguma iniciativa, por menor que seja, de adoção ou migração para software livre", conclui.

- Páginas que contêm informações sobre iniciativas do governo em software livre:

www.governoeletronico.gov.br
www.governoeletronico.gov.br/cacic
www.governoeletronico.gov.br/gtmsl
www.idbrasil.gov.br
www.iti.br
www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/cultura_viva/programa_cultura_viva/...
www.guialivre.governoeletronico.gov.br/gtmsl/OficinaTecnicaMigracao