Mylena Fiori
Enviada especial
Hong Kong - A Chamada Global para a Ação Contra a Pobreza (Global call to Action Against Poverty), maior aliança internacional pela eliminação da pobreza no planeta, pediu hoje (13) ao comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, que os 149 membros da Organização Mundial do Comércio, reunidos em Hong Kong até a próxima segunda-feira, firmem compromissos que garantam o cumprimento das Metas do Milênio e combatam a extrema pobreza.
A reivindicação foi entregue a Mandelson em um documento com 426.733 assinaturas coletadas nas últimas três semanas no mundo todo. A Chamada Global pede o fim dos subsídios concedidos pelos países ricos a seus agricultores, o que mantém milhares de pessoas na pobreza.
"Não precisamos de ajuda se tivermos acesso a mercados" disse Rezaul Karrim Chowdhury, que entregou o documento ao comissário europeu. Natural de Bangladesh, Rezaul lembra que 35% dos 140 milhões de habitantes de seu país vivem com menos de US$ 1 por dia, enquanto a Europa gasta em subsídios 2 euros por dia com cada vaca.
Além do fim das subvenções agrícolas, os representantes da sociedade civil pedem que os países desenvolvidos parem de pressionar as nações em desenvolvimento para que abram suas economias. Eles também querem que os mais ricos permitam que os mais pobres protejam seus serviços públicos e tenham acesso seguro a medicamentos essenciais.
Mandelson recebeu o documento e disse aos manifestantes que também o entregassem aos demais ministros de comércio presentes à 6ª Reunião Ministerial da OMC. "Esta é uma grande mensagem e espero que todos na OMC a escutem. É o que a sociedade quer", afirmou.