Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O sócio da empresa de publicidade Grotera, Ricardo Ramos Quirino, disse hoje (13) ter recebido R$ 442 mil da DNA que teriam saído da Visanet. O recurso era um pagamento da campanha "Projeto África" do Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, em 2003. A afirmação foi feita em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Segundo Quirino, a informação lhe foi prestada pelo próprio departamento de Marketing do Banco do Brasil.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), sub-relator de Contratos da CPMI, considerou "extremamente grave" a informação. Cardozo investiga os motivos que levaram o Banco do Brasil a adiantar recursos de publicidade da Visanet para a agência DNA Propaganda, de propriedade do empresário Marcos Valério de Souza.
Cardozo afirmou que, se confirmada a denúncia, será caracterizada uma "ilegalidade" uma vez que os recursos da Visanet controlados pelo Banco do Brasil só poderima ser utilizados para a campanha do cartão de crédito. No depoimento, Ricardo Quirino disse que jamais prestou serviços para a Visanet.
Ele disse, também, que emitiu ao Banco do Brasil a fatura pela realização da campanha "Projeto África". Para José Eduardo Cardozo, será necessária a convocação de representantes da Visanet para esclarecerem a possível utilização de recursos publicitários da empresa em campanhas que não faziam parte do objeto de suas ações.
Diante da declaração de Ricardo Quirino, o sub-relator decidiu, também, não encerrar a sessão de hoje destina a ouví-lo. José Eduardo Cardozo suspendeu a sessão para retomá-la na próxima terça-feira. "Até lá, vamos pedir a contabilidade da empresa Grotera que preste esclarecimentos a CPMI sobre o pagamento desta campanha", disse o deputado.
O deputado disse que vai comparar as informações da empresa de publicidade com os dados da auditoria realizada pelo Banco do Brasil nas suas contas de publicidade. Cópia deste relatório deve ser encaminhado ainda hoje para a CPMI.