Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - A ocupação irregular das Áreas de Proteção Permanente (APP); o desmatamento ilegal da caatinga e a pesca predatória são três dos principais problemas ambientais enfrentados pelo Ceará.
Por isso, segundo o gerente-executivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no estado, Raimundo Bonfim Braga, esses são os pontos de destaque do documento final da conferência estadual do Meio Ambiente que será levada ao encontro nacional em Brasília.
Ele afirma, porém, que esses são problemas antigos. "As APPs, por exemplo, vêm sendo ocupadas irregularmente há vários. São construções, geralmente casas de veraneio de pessoas mais favorecidas, que vão lá e simplesmente constroem suas casas nessas áreas. Agora o Ibama começou a fiscalizar isso".
Braga aponta ainda o desmatamento da caatinga como outro problema ambiental sério dada a fragilidade desse bioma e o impacto das atividades agrícolas concentradas nessa região. "A quantidade de queimadas e a extração de material sem acompanhamento são um risco para esse bioma".
Mas, de acordo com o gerente executivo do Ibama, a questão da pesca é a que mais preocupa os ambientalistas. "Existe atualmente no Ceará uma pesca que representa 80% da atividade pesqueira que é a da lagosta. É gritante porque o estoque de lagosta não suporta esse esforço". Para ele, essa é uma pratica predatória que não se resolve por exemplo com o defeso, ou seja, a proibição temporária da pesca durante o período de reprodução. "Para reduzir a atividade pesqueira você tem que tirar gente de lá. E, para isso, é preciso oferecer outras oportunidades".