Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Não houve feridos entre os cerca de 700 agricultores da Via Campesina no Rio Grande do Sul que foram recebidos a tiros, hoje (9), ao tentar ocupar uma propriedade de quase 3 mil hectares, em Nonoai, no norte do estado. Vanderlan Fagundes, da coordenação estadual do movimento, disse que os manifestantes pretendiam fazer o reconhecimento para fins de reforma agrária da fazenda pertencente a Alberto Tagliari. "Ele é dono de 52 mil hectares de terra no Brasil", disse Fagundes.
Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) também bloquearam, por uma hora, a RS 406, em Nonoai, em protesto pela liberação na Justiça, de áreas em São Borja, na fronteira oeste gaúcha, e em Tupanciretã, na região central. As fazendas já tiveram desapropriação decretada.
A Via Campesina exige ainda a liberação de verbas para os assentamentos e auxílio para os acampamentos, como a compra de lonas para os barracos e água potável. Segundo Fagundes, mais de 2,5 mil famílias da Via Campesina vivem em acampamentos em beira de estrada no Rio Grande do Sul. Ele informou que "apenas 243 famílias foram assentadas neste ano no estado, de acordo com dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)".