Representante da ONU veio ao Brasil descobrir se existe liberdade na luta pelos direitos humanos

05/12/2005 - 16h43

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os defensores de direitos humanos têm liberdade para atuar no Brasil? A missão da representante especial do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Hina Jilani, é descobrir essa resposta durante a visita que faz ao país. "Quero saber se os ativistas têm liberdade para associação, para monitorar problemas e apresentar soluções", sintetizou. Hina participou de uma coletiva com a imprensa esta tarde (5) em Brasília.

A representante de Kofi Annan explicou que o Brasil é rico em movimentos sociais, mas ressaltou que a defesa dos direitos humanos deve fazer parte de uma política de Estado. Por isso, ela prometeu analisar todas as ações do governo no combate a crimes e maus tratos contra brasileiros e estrangeiros no país. Ela almeja, ainda, um encontro com o presidente Luis Inácio Lula da Silva, quando pretende ouvir as ações do governo para consolidar a defesa dos direitos humanos e contar ao presidente suas impressões.

"Nos prometeram acesso às todas as informações que necessitarmos. Não adianta somente ver a situação. Precisamos analisá-la", disse Jilani. Entre as análises está a do caso do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang em fevereiro deste ano no Pará. "Precisamos ter justiça neste caso, que será fiscalizado", prometeu.

Após a visita ao Brasil, que deve terminar no dia 20, Hina Jilani iniciará um relatório com o perfil dos direitos humanos no país. O documento, que será divulgado internacionalmente, só deverá ficar pronto em 2007.

Hina Jilani informou que já foi alertada sobre tratamentos desumanos contra presos, trabalhadores rurais e indígenas no país. Mas ressalvou: "Cheguei com a mente aberta e não tenho idéias formadas sobre a situação atual". Ela visitará cidades nos estados do Pará, Bahia, Pernambuco, São Paulo e Santa Catarina.