''Petrobras é o maior investidor do país'', comenta Mantega

05/12/2005 - 18h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Guido Mantega, atribuiu hoje (5) parte do crescimento da economia do país ao crescimento da Petrobras. "A Petrobras é o maior investidor do país", afirmou.

"A Petrobras, hoje, é o setor de vanguarda do investimento", disse Mantega. Ele avaliou que "se os outros setores da economia fizerem investimentos na escala da Petrobras, aí o Brasil vai crescer a uma taxa muito mais elevada".

O presidente do BNDES referiu-se à último "Boletim Focus", feito junto a 100 instituições financeiras e divulgado pelo Banco Central, que aponta expectativa de mais inflação e menos crescimento. "Essas revisões da pesquisa 'Focus' são muito de curto prazo. Assim como elas foram revisadas para um lado, serão revisadas para outro lado assim que a conjuntura evoluir", relativizou.

Essa foi a quinta semana seguida de revisão de dados do boletim. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 passou de 3%, na semana anterior, para 2,66%, enquanto para a inflação as projeções eram de 5,59% e passaram para 5,63%.

Mantega destacou que "o importante hoje é saber que existem investimentos na economia, que a economia brasileira está sólida. Nunca foi feita uma política econômica tão eficiente como está sendo feita hoje, a política externa, a política fiscal". Reconheceu, porém, a necessidade de que sejam feitos alguns ajustes para dar à economia um crescimento sustentável, de longo prazo, em volume compatível com as necessidades do país.

Mantega mencionou conquistas sociais que comprovariam que o Brasil está no caminho do desenvolvimento. "Eu acho que nós estamos no caminho certo. Evidentemente que não há política perfeita. Você sempre tem que fazer um ajuste de rota".

O presidente do BNDES avaliou que o cenário esperado para 2006 é "muito positivo" diante das condições existentes no país. Enumerou, entre elas, inflação em queda, juros em declínio, as contas externas melhorando, risco-país numa posição melhor. "Basta cair a Taxa de Juros de Longo Prazo [praticada pelo banco em suas operações] para um patamar menor e, com certeza, no ano que vem, nós teremos um crescimento (do PIB) de 4,5% a 5%", disse.