Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre – A coordenação estadual da 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente no Rio Grande do Sul avalia que um dos pontos altos do evento – que terminou na última semana – foi a diversidade.
A conferência contou com a participação de órgãos governamentais, empresários, pescadores, agricultores, estudantes, representantes sindicais, organizações não-governamentais (ONGs), catadores de material reciclável, quilombolas e índios, entre outros. Essa pluralidade foi reafirmada na composição dos delegados eleitos na conferência. Além disso, 1.300 pessoas participaram do fórum.
Na opinião da gerente do Ibama, Cecília Hipólito, integrante da coordenação da conferência, "a construção da participação do conjunto da sociedade na formulação das políticas públicas de meio ambiente é um processo longo e complexo, que requer envolvimento e aceitação das diferenças, muitas vezes, aparentemente inconciliáveis".
Ela aponta que a questão ambiental, historicamente, foi tratada apenas por especialistas, órgãos governamentais e "obstinados ambientalistas". Atualmente, "toda a sociedade está se apropriando dessa discussão e incorporando no seu cotidiano a responsabilidade ambiental".
Como resultado prático, Cecília Hipólito afirma que a discussão apontou a necessidade da inserção das comunidades tradicionais nos debates e resoluções, "levando em consideração a distribuição geográfica, território, resgate oral das práticas do cotidiano ancestral".
A gerente do Ibama afirma que, apesar da avaliação positiva, há problemas que precisam ser apontados. Entre eles, "a dificuldade de acesso aos recursos financeiros; o atraso no recebimento do material de divulgação e texto base; a demora na confirmação da data e local de realização do evento".
Na conferência do Rio Grande do Sul foram eleitos 55 delegados, sendo 12 do poder público, 14 do setor empresarial e 29 da sociedade (movimentos sociais, ONGs e sindicatos).