BNDES vai financiar parte de nova plataforma da Petrobras a ser construída no Brasil

05/12/2005 - 17h42

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Petrobras assinou hoje contrato de financiamento no valor de US$ 402 milhões, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a construção de parte da plataforma P-51. O projeto de construção da P-51 prevê um conteúdo nacional mínimo, incluindo máquinas, equipamentos e materiais que atinjam, no mínimo, 60% de índice de nacionalização, de acordo com critérios do BNDES.

O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, reafirmou que, até 2010, o Brasil chegará a ter uma capacidade instalada suficiente para extrair 1,9 milhão de barris por dia. A produção atual está em 1,750 milhão de barris/dia, segundo Gabrielli. A P-51, disse ele, "tem um papel importante na continuidade do crescimento da produção".

A Petrobras firmou hoje outros dois contratos com o BNDES, referentes à construção de trechos dos gasodutos Sudeste/Nordeste(Gasene) e Coari-Manaus, na Amazônia. Os dois contratos de financiamento somam R$ 1,6 bilhão. Os recursos, divididos meio a meio, se destinam à construção do trecho inicial do Gasoduto Sudeste/Nordeste(Gasene), que fará a conexão entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, e a instalação do gasoduto Coari-Manaus, na Amazônia. O presidente do BNDES, Guido Mantega, informou que esses empréstimos representam "a primeira parcela daquilo que vai ser, efetivamente, financiado".

A P-51 vai operar no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos (RJ), e deverá produzir 180 mil barris/dia de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás diários. O investimento total da P-51 atinge U$ 774 milhões, dos quais U$ 670 milhões se referem à construção e montagem da plataforma.

Já o Gasene propiciará a integração do transporte de gás entre as malhas Sudeste e Nordeste, enquanto o gasoduto Coari-Manaus prevê o transporte até a capital do Amazonas do gás natural produzido na província petrolífera de Urucu, substituindo o óleo diesel usado pelas usinas termelétricas da região. Para Mantega, "a Petrobras é hoje a empresa que mais investe no país, e o investimento da Petrobras produz um efeito multiplicador muito importante".

Gabrielli disse que os projetos auxiliarão na mudança da matriz energética brasileira. "O gás natural ainda desempenha um papel pequeno na matriz energética. Há perspectiva desse gás crescer e ele só se expande se tiver infra-estrutura de distribuição", afirmou. Para ele, os empréstimos anunciados hoje ajudarão a "viabilizar, de fato, a montagem de um sistema brasileiro de distribuição de gás".