Shriley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O assessor internacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Celso Carvalho, disse que as discussões sobre a reforma agrária e o desenvolvimento rural entre os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) são urgentes, já que a última conferência sobre o tema foi realizada em 1979, em Roma, na Itália. "Apesar dos compromissos assumidos há 26 anos, para que o assunto fosse discutido periodicamente, as metas estabelecidas pelo documento final do encontro, chamado de ‘Carta do Campesino’, não foram cumpridas", observou.
Segundo Carvalho, a carta trazia basicamente as reivindicações de associações e movimentos sociais da época, como a necessidade de fomentar os trabalhos de capacitação e assistência técnica no campo, os problemas ligados ao acesso à terra e à infra-estrutura condizente a condições mais propícias para uma produção qualificada. "A idéia [da 2ª Conferência Internacional Sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural] é tratar os temas, fazer estudos de caso e elaborar um documento com novas diretrizes e propostas para o setor", acrescentou.
Na avaliação do assessor do MDA existem, atualmente, ainda outros temas que ganharam importância e que agora devem ser discutidos pelas nações participantes. "A intensificação de questões relacionadas à preservação do meio ambiente, ao êxodo de jovens para os centros urbanos e à participação das mulheres no campo surgem como parte essencial das políticas de desenvolvimento rural", destacou.
Carvalho lembra que, quando o ministro Miguel Rossetto apresentou à FAO a intenção de o Brasil sediar a conferência, a aprovação dos países membros da instituição foi unânime. "A iniciativa foi muito elogiada", garantiu. "O Brasil também recebeu elogios pela organização da oficina realizada no início desse mês, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, para preparar os participantes do País para a conferência", ressaltou.
Foram convidados, mas ainda não confirmaram presença, os chefes de Estado da Finlândia, Namíbia, Senegal, Moçambique, Congo, Jamaica, Venezuela, Chile, Bolívia e dos países integrantes do Mercosul.