Suspensa sessão do Conselho de Ética para votação de processo que pede cassação de Romeu Queiroz

08/11/2005 - 16h25

Brasília, 8/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), suspendeu, há pouco, a sessão de votação do parecer do deputado Josias Quintal (PSB-RJ) sobre o processo que pede a cassação do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). A suspensão se deve à Ordem do Dia no plenário da Casa.

Quintal se afirma favorável à cassação por considerar que Queiroz foi conivente e omisso com relação ao recebimento de recursos ilegais pelo partido do qual é presidente do diretório regional de Minas.

Na lista apresentada pelo empresário Marcos Valério de Souza, o nome de Romeu Queiroz aparece como um dos autorizados a receber recursos enviados pelo PT. Queiroz reconhece que, entre julho de 2003 e janeiro de 2004, o PT doou, por intermédio da SMP&B, uma das empresa de Marcos Valério, R$ 350 mil ao PTB. No entanto, Queiroz alega que o dinheiro não foi retirado por ele e que teria apenas solicitado ao então ministro dos Transportes, Anderson Adauto, que, por sua vez, encaminhou a solicitação ao tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Queiroz revelou que a DNA Propaganda, outra empresa de Valério, chegou a depositar, em agosto de 2004, R$ 102 mil em sua conta. O dinheiro seria uma doação da empresa Usiminas e, de acordo com Queiroz, teria sido repassado aos candidatos do PTB às eleições municipais.

A inclusão dos R$ 102 mil no parecer do relator Josias Quintal fez com que o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) pedisse, no início da sessão de hoje do Conselho de Ética, que o repasse fosse retirado do voto por não estar contido na representação original do PL que pede a cassação de Queiroz. O pedido de Marquezelli foi rejeitado por unanimidade.

Já declararam voto favorável ao parecer do relator - favorável, portanto, à cassação de Queiroz - os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Orlando Fantazzini (Psol-SP) e Chico Alencar (Psol-RJ).

Pouco antes de a sessão ser suspensa, o deputado Pedro Canedo (PL-GO) disse que era contra a cassação. Ele explicou que não se sentia à vontade para acompanhar o voto do relator e que é favorável a uma suspensão por 30 dias.

"Sei o quanto é difícil conquistar um mandato. Duvido que alguém aqui não tenha sido convidado, durante a companha para um churrasco com comida e bebida pagas por quem convidou, ter feito discurso durante o evento e não incluir essa despesa na prestação de contas. Por isso, não posso votar pela pena máxima", justificou Canedo.