Documentos foram encontrados queimados em Salvador em dezembro de 2004

08/11/2005 - 20h38

Brasília, 8/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os documentos sigilosos da ditadura militar encontrados queimados na Base Aérea de Salvador foram produzidos entre 1962 e 1974. Apesar de queimados, não foram completamente destruídos e os papéis restantes, encontrados em dezembro de 2004, foram entregues ao então secretário Especial de Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda. Eles são considerados sigilosos.

A Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, formada por representantes do governo federal e da sociedade civil, luta pela abertura dos arquivos da ditadura e para que esses conteúdos se tornem públicos. No início do mês, o presidente da Comissão, Agustino Veit, informou que ainda não foi definida uma data para o acesso aos arquivos da ditadura brasileira.

Essa falta de definição motivou a saída da representante dos familiares dos desaparecidos na Comissão, Suzana Lisboa. "No governo Lula, nós imaginávamos que algo aconteceria, mas o governo nunca nos deu qualquer posicionamento. Falta vontade política, o governo não abriu os arquivos, não investigou os crimes e não atendeu a nenhuma reivindicação", afirmou.

Em novembro do ano passado, o então presidente da Comissão, João Luiz Pinaud, também pediu demissão do cargo por achar, conforme afirmou na época, que "era necessário maior empenho do governo na abertura dos arquivos da ditadura".