Fábio Calvetti
Da Agência Brasil
São Paulo – Servidores da Polícia Federal em São Paulo realizam hoje (8) uma paralisação de 24 horas pela valorização da categoria e por melhores condições de trabalho. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores da PF de São Paulo, Francisco Sabino, a paralisação mobilizou cerca de 800 funcionários, entre delegados peritos e agentes no estado.
Pela manhã também houve protesto em frente à superintendência paulista da PF. Os servidores em greve atendem apenas casos urgentes de passaporte e está programada uma operação tartaruga nos aeroportos de Cumbica e Congonhas, que deverá provocar filas, segundo o sindicato.
"Essa é uma paralisação de 24 horas para chamar a atenção do nosso presidente sobre a real vida da Polícia Federal hoje em São Paulo e em todo o Brasil", afirmou Sabino. "Não temos armamento adequado, não temos comunicação, que é uma coisa básica para a polícia, o policial é obrigado a se comunicar através de seu celular particular ou seu (rádio) Nextel. Não temos computadores, tonner, papel sulfite. É o fim do poço", disse o presidente do sindicato, que é filiado à central Força Sindical.
O sindicato também critica o uso político da Polícia Federal nas divulgações feitas para a grande imprensa. Para Sabino, a entidade está sendo usada para fazer propaganda do governo federal. "A polícia sempre executou seu trabalho sem essa divulgação que vem acontecendo nos últimos dois anos. Eu só lembro uma época em que teve essa divulgação, na época do doutor Romeu Tuma. Saiu o doutor Romeu Tuma, (a PF) voltou a fazer o trabalho normal sem essa imprensa, sem essa mídia toda em cima. Na realidade, é um marketing para o governo", afirmou o sindicalista.
Em 2005, a Polícia Federal realizou dezenas de operações contra sonegação fiscal, tráfico de seres humanos e material contrabandeado. Questionado sobre ter ou não ocorrido um aumento do número de operações por parte dos policiais federais, Sabino disse que apenas a divulgação aumentou. "O número de operações é o mesmo. O que acontece hoje acontecia dois, três anos atrás, mas não tinha essa divulgação que é feita hoje", diz ele.
De acordo com Sabino, o sindicato nacional dos servidores da PF planeja realizar uma assembléia geral em Brasília entre os dias 17 e 19 de novembro, para decidir quais serão os próximos passos de mobilização da categoria.