Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A oferta de gás natural veicular (GNV) é insuficiente para que haja no país uma expressiva transferência de consumo de outros combustíveis, como álcool e gasolina, para esse produto. A afirmação foi feita hoje (8) pela chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministra Dilma Rousseff, ao participar do seminário Proalcool – 30 Anos Depois, realizado em conjunto pelo grupo Estado e pela União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única).
No encontro, Dilma Rousseff observou que a capacidade de expansão do mercado de GNV é limitada e que "o ajuste se dará por preço ou por quantidade". Esse ajuste "é inexorável", ressaltou.
A ministra afirmou que não existe uma decisão já estabelecida de aumento de preço do produto no curto prazo. Para ela, é natural a migração do consumo para esse produto pelo fato de o GNV ter preço mais baixo. No entanto, para atender a um aumento de demanda, seria necessário ampliar estoques por meio de importação, o que implicaria a necessidade de ajuste no mercado, observou.
"Para acrescentar gás natural no mercado, que não seja o GNV da Bolívia, e o que nós produzimos aqui, eu teria de importar", disse Dilma Rousseff, justificando que esse processo forçosamente pressionaria os custos.
A ministra informou que o governo está garantindo a utilização plena da capacidade instalada para abastecer o mercado de forma estabilizada, tanto no que se refere às termoelétricas quanto ao gás natural veicular (GNV). "Para que haja fornecimento de gás natural, isso implica exploração de poços". Segundo a ministra, a Petrobras vai colocar US$ 16,3 bilhões até 2010 para construir poços de gás nas bacias de Santos, em São Paulo, do Espírito Santo e de Campos, no Rio de Janeiro. Paralelamente, deve haver aumento na entrada do gás da Bolívia e ser construído um conjunto de gasodutos