Indústria demite pela primeira vez em dois anos, mas salários continuam aumentando, aponta CNI

08/11/2005 - 16h04

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – A indústria brasileira quebrou, em setembro, uma seqüência que já durava dois anos e três meses. Pela primeira vez desde então, o setor demitiu mais que empregou. O número de pessoas que trabaham na indústria caiu 0,03% entre setembro e agosto de 2005. Mas, em comparação com setembro do ano passado, ainda há alta: 2,19% mais empregados.

Mesmo com queda na geração de empregos, continua crescendo a massa de salários líquidos – que é a soma do que recebem todos os trabalhadores da indústria. Em comparação com agosto, o salário real cresceu 0,43%. Com relação a setembro de 2004, a alta foi ainda maior: 7,43%. É a sétima vez consecutiva de alta desse índice.

Os dados constam do boletim Indicadores Industriais divulgado hoje (8) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O economista da CNI Paulo Mól avalia que "a expansão dos salários reais não reflete um desempenho favorável da indústria, mas é conseqüência do recuo da inflação, que elevou o poder de compra dos salários".