Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio - Integrantes da comissão que acompanha a crise da saúde do Rio de Janeiro, formada por representantes da Assembléia Legislativa, Câmara dos Vereadores, Congresso Nacional, Conselho Regional de Medicina e de sindicatos retomaram hoje (8) as visitas às unidades municipais que paralisaram as atividades ambulatoriais devido às péssimas condições de trabalho.
O grupo esteve no Hospital Psiquiátrico Jurandir Manfredini, na Colônia Juliano Moreira, que suspendeu a paralisação, e no Hospital da Piedade, que decidiu manter a paralisação até sexta-feira, quando será realizada, às 10 horas, uma assembléia.Até lá, a unidade que atende em média 650 pessoas por dia cancelou todos os tipos de cirurgia, e só atende casos de revisão de cirurgias, exames já marcados e renovação de receitas de remédios controlados de tarja preta.
Para o vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembléia, Paulo Pinheiro (PT), os constantes problemas na área da saúde no Rio de Janeiro ocorrem por problemas de orçamento e gestão. "Infelizmente, tanto o governo estadual quanto o governo municipal do Rio de Janeiro não vem cumprindo o orçamento que eles pedem às suas Casas Legislativas. No caso do estado, os recursos são desviados para programas como despoluição da baía de Guanabara, pagamento dos juros da dívida, restaurante popular e cheque cidadão. E o município constrói cinco ou seis hospitais sem poder manter os que já existem", afirmou Pinheiro.
O grupo acompanhou também um protesto realizado por mais de cem pessoas de oito comunidades da zona portuária contra o fechamento do posto de saúde do Caju para a implantação de uma unidade do Programa de Saúde Familiar (PSF). Os moradores não querem perder o atendimento de emergência realizado no posto, que passará a trabalhar apenas com ações de prevenção. Eles reivindicam que os dois tipos de serviços sejam oferecidos às quase 35 mil pessoas que moram na região.
"Queremos uma parceria com o PSF, mas tirar o nosso posto para implantar o PSF, não. Não vamos aceitar", afirmou Rosemere de Souza Oliveira, moradora do parque Conquista, comunidade vizinha ao posto de saúde.