Carro a álcool não deixará de ser fabricado e sua produção pode aumentar, diz Anfavea

08/11/2005 - 18h58

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A indústria automobilística brasileira reviu a decisão de parar em 2006 de fabricar carros movidos exclusivamente a álcool. Segundo o presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Henry Joseph Júnior, a fabricação desses veículos deverá continuar e sua produção pode até ser aumentada.

"Na época do lançamento do bicombustível em 2003, tínhamos uma visão que o flex – veículo movido tanto a álcool quanto à gasolina – substituiria o veículo etanol dedicado – movido exclusivamente a álcool – , o que não ocorreu. Essa previsão já está revista. Hoje em dia, existe até possibilidade que venha a crescer sua produção", afirmou.

Joseph explicou que a decisão de continuidade da produção do carro movido exclusivamente a álcool foi tomada em consideração a demanda que a indústria automobilística tem recebido dos compradores. Segundo ele, mesmo com o lançamento do carro bicombustível, a venda desse tipo de veículo tem se mantido na ordem de 4 mil unidades por ano.

A Anfavea informa que foram fabricados e vendidos no país até hoje 6 milhões de carros movidos exclusivamente a álcool. Em 2003, último ano de relatório consolidado da entidade, a associação estimava uma frota circulante de 17 milhões de carros de passeio, dos quais 3,4 milhões movidos a álcool.

Segundo a assessoria de imprensa da entidade, a frota dos carros bicombustível chega a quase 1 milhão de unidades fabricadas e vendidas desde o lançamento da tecnologia, em 2003.