Michèlle Canes
Da Agência Brasil
Brasília - O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) Doudou Diène, relator para Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação, Xenofobia e Intolerância, esteve na tarde de hoje (18) no Ministério da Justiça para conversar com o subsecretário de Direitos Humanos, Mário Mamede, e com o secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD, órgão ligado à subsecretaria), Ivair Santos.
O ministério, disse o secretário executivo, tem reafirmado valores no campo dos direitos humanos para o enfrentamento do racismo. Ele afirmou que o contato com o representante da ONU é importante. "Nós entendemos que essa relação pode ser mais permanente, para que a gente possa ter um trabalho de troca de informações, de alimentação tanto para eles quanto para nós".
Segundo Santos, a subsecretaria mostrou à Doudou Diène as ações que o Brasil tem realizado para combater o racismo envolvendo questões de direitos humanos. Ele disse que o órgão apóia as ações realizadas por universidades, empresas e órgãos públicos na luta contra o racismo – as chamadas ações afirmativas: "Não é mais uma questão de discutir se existe ou não discriminação racial. A questão é como pensar as políticas públicas para o enfrentamento dessa questão".
O relator da ONU disse que, durante a sua visita ao Brasil, quer saber o que o país está fazendo para controlar e combater o racismo e também os traços de discriminação que o país apresenta. Ele afirmou que o Brasil tem como características muito fortes e profundas o multiculturalismo e, por outro lado, um histórico de racismo muito presente na base do nosso país. Para Doudou Diène, o Brasil precisa trabalhar para que o seu multiculturalismo crie uma sociedade interativa, usar a diversidade cultural do país como algo que una a população.
Para esta noite, estava prevista a ida de Diène a Salvador. Ele deve permanecer no país até o dia 25.