Número de trabalhadores informais ainda é elevado na América Latina, mostra relatório

18/10/2005 - 16h17

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O número de trabalhadores no setor informal da economia ainda é elevado na América Latina. É o que indica o relatório Panorama Laboral 2005, divulgado hoje (18) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O documento mostra que, apesar da evolução positiva do emprego e da melhoria dos salários em países como o Equador, Paraguai e Peru, houve crescimento no setor informal. A diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo, reafirma, contudo, que "há melhoras" e que a Argentina, Colômbia, Uruguai e Costa Rica, por exemplo, registraram crescimento do emprego formal.

No Brasil, em 2003, 44% dos trabalhadores estavam na informalidade. A expectativa é que em 2004 esse percentual seja menor, segundo Abramo. Ela explica que os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre informalidade referentes a 2004 ainda não estão disponíveis, mas, no decorrer do ano, os indicadores devem apontar a tendência de redução da informalidade no país. Entre os anos de 2001 e 2003, esse índice caiu de 46% para 44% no Brasil.

Outra constatação do Panorama Laboral 2005 é que "houve aumento da proteção social em um número importante de países", segundo a diretora da OIT no Brasil. Entre eles estão Argentina e Colômbia. Mas a cobertura de proteção social (saúde e aposentadoria) na América Latina ainda é considerada baixa, de acordo com o relatório. No Brasil, a cobertura de proteção social abrangia 69% dos assalariados em 2003. O número é mais alto quando comparado a 2001 (67%), porém inferior ao que era em 1990 (74%).

O Panorama Laboral é uma publicação anual que traz dados sobre a situação do mercado de trabalho da América Latina e do Caribe. A versão lançada hoje é uma prévia do ano de 2005 que dá conta do primeiro semestre. Ela mostra avanços positivos nos principais indicadores do mercado de trabalho, entre eles desemprego, melhoria dos salários, diminuição da informalidade e aumento da proteção social.