Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
O presidente em exercício, José Alencar, não descartou hoje (18) a possibilidade de junção das três atuais propostas de recuperação da empresa aérea Varig. "As propostas também poderão se complementar num determinado momento", afirmou Alencar, também ministro da Defesa, depois de uma reunião com dirigentes e trabalhadores da Varig, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Portuária), Banco do Brasil e BR Distribuidora, além do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal.
A primeira proposta, apresentada pelos trabalhadores, prevê a manutenção dos empregos e da VarigLog, subsidiária de logística e transporte de cargas. A segunda proposta, dos atuais administradores da empresa, prevê a venda da VarigLog e a demissão de 13% dos empregados (cerca de 1.500 pessoas). A terceira proposta, do grupo Docas, do empresário Nelson Tanuri, prevê um aporte inicial de US$ 40 milhões e investimentos de US$ 360 milhões, nenhuma venda de ativos da companhia e a participação de uma instituição pública. Uma assembléia de credores está marcada para amanhã (19) para decidir qual proposta de recuperação será adotada.
Questionado se a participação do BNDES na reunião está ligada à liberação de recursos para a Varig, Alencar justificou que o banco esteve presente porque tem experiência societária. "O governo tem de estar atento ao que está acontecendo e, sem a estatização da companhia, se puder vai colaborar para uma solução que salve a companhia", disse. "Através dos seus órgãos de financiamento, o governo só faz [ajuda financeira] com garantia absoluta".
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, que também participou da reunião, defendeu aporte financeiro do governo no processo de reestruturação da Varig. "Nós entendemos que a Varig só tem saída com a participação do governo", afirmou após deixar o encontro. Ela disse ainda que a proposta dos atuais gestores deveria ser descartada, já que prevê demissões.
José Alencar informou que irá relatar amanhã o andamento do processo de reestruturação da companhia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim que ele chegar da Europa.
