Cordão umbilical: custos de coleta e armazenamento podem cair

16/10/2005 - 8h27

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - Mais de seis mil amostras de sangue de cordão umbilical já foram coletadas em todo o país e estão armazenadas no banco privado Cryopraxis, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Apesar do número elevado, a empresa registrou até agora um único caso de utilização de sangue de cordão para uma pessoa da mesma família. Segundo o diretor da empresa, Eduardo Cruz, o transplante foi feito para tratar uma doença no sangue, as chamadas doenças hematológicas.

Com os estudos clínicos que começarão a ser feitos a partir de agora, e "se eles se provarem adequados", Cruz disse que a utilização do sangue de cordão umbilical "será ampliada para lesões neurológicas, diabetes do tipo 1 e doenças cardíacas".

Neste caso, serão beneficiadas crianças que apresentem lesões neurológicas e a chamada displasia pulmonar, freqüente em bebês prematuros de baixo peso. O estudo será desenvolvido em parceria entre Brasil, Estados Unidos, Índia e Japão a partir de acordo firmado pela Cryopraxis e a Universidade do Sul da Flórida.

O banco Cryopraxis coleta não só o sangue do cordão umbilical, mas também a parte interna do cordão (endotélio), que pode fornecer um determinado grupo celular importante para terapia celular, como degeneração cardíaca. O trabalho do banco da UFRJ foi iniciado em 2000.

Com os aperfeiçoamentos e o desenvolvimento da técnica, pode cair o custo da coleta e armazenamento do sangue de cordão - entre R$ 4 mil e R$ 5 mil, com taxa de manutenção anual de R$ 500,00 - estimou o médico. "Estamos todos trabalhando muito nisso. Nós esperamos reduzir bastante este custo" finalizou.