Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O saldo da balança comercial (exportações menos importações) deve fechar o ano em US$ 41 bilhões, de acordo com expectativas dos analistas financeiros, que todas as sextas-feiras são ouvidos pelo Banco Central para saber as tendências do "cenário de mercado".
Essa projeção está acima da previsão anterior, de US$ 40,50 bilhões, e bem acima da projeção de US$ 38 bilhões, expressa no relatório de inflação trimestral, referente a setembro, que o diretor de Política Econômica do BC, Afonso Bevilaqua, divulgou na última quinta-feira.
A expectativa de saldo comercial para o ano que vem também melhora, e passa de US$ 34,25 bilhões para US$ 35 bilhões. Quem ganha com isso é a conta corrente externa - que envolve todas as transações comerciais e financeiras - cuja projeção para este ano aumenta de US$ 12,90 bilhões para US$ 13 bilhões.
Os números constam do boletim Focus, divulgado hoje (3) pelo BC, que elevou de 3,28% para 3,29% a expectativa de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país – e manteve a perspectiva de 3,50% para o PIB de 2006. Isso, apesar da redução de 4,22% para 4,11% da projeção de crescimento da produção industrial.
Não houve alteração, contudo, nas previsões para a relação entre dívida líquida do setor público e PIB, que deve terminar 2005 em 51,50% e cair para 50,50% no encerramento do ano que vem.
São projeções com base em um cenário no qual o dólar não ultrapasse R$ 2,35 neste ano (previsão anterior era de R$ 2,40), nem passe de R$ 2,56 em 2006 (contra perspectiva anterior de R$ 2,52). Além disso, a taxa básica de juros (Selic) deve cair dos atuais 19,50% ao ano para 19% ainda este mês, baixando para 18% no final de 2005 e caindo para 16% até final de 2006.