Brasília, 29/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os acordos assinados hoje por Brasil e Venezuela na área do petróleo "são de importância crucial para o país, uma vez que a demanda interna vem crescendo entre 2,6% e 2,7% ao ano, e em 2011 o consumo no país estará muito acima da capacidade atual de produção", disse hoje (29) o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em entrevista no Palácio do Planalto.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez assinaram cinco acordos para atuação conjunta nas áreas de refino, exploração e produção de petróleo, com investimento total de US$ 4,7 bilhões. O principal empreendimento será uma refinaria de petróleo no Porto de Suape, em Pernambuco, com o objetivo de garantir autonomia em combustíveis para a região Nordeste.
Inicialmente, serão gastos US$ 2,5 bilhões, divididos igualmente entre a Petrobras e a Petróleos de Venezuela (PDVSA). A refinaria vai processar 200 mil barris de petróleo por dia e serão gerados 230 mil empregos ao longo de quatro anos.
O presidente da PDVSA, Rafael Ramirez, disse que as parcerias que a Venezuela firmou com o Brasil serão "o caminho para a construção da integração dos dois países e a aproximação entre seus povos. É um passo firme em direção a fatos concretos".
Segundo nota distribuída pelo Palácio do Planalto, "os investimentos relacionados à refinaria estão previstos no Plano de Negócios da Petrobras para o período 2006-2010 e todas as ações estão alinhadas com a estratégia da empresa de liderar o mercado de petróleo, gás natural e derivados na América Latina, atuando como empresa integrada de energia, com expansão seletiva da sua atividade internacional". Ao mesmo tempo, acrescenta a nota, a atuação conjunta com a PDVSA vai permitir a expansão das atividades da Petrobras na Venezuela, país que detém uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
Brasil e Venezuela assinaram também um pré-acordo para formação de um empreendimento no valor de US$ 2,2 bilhões, para explorar campos de hidrocarbonetos situados ao norte de Paria (Rio Caribe, Mejillones Patao e Dragon), naquele país. São reservas de 11 trilhões de pés cúbicos de hidrocarbonetos e as negociações sobre o projeto deverão estar concluídas até janeiro de 2006.