Rio perde disputa por refinaria para o Nordeste e ganha indústria petroquímica

29/09/2005 - 19h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - A refinaria que a Petrobras construirá em parceria com a estatal venezuelana do petróleo (PDVSA) foi alvo de disputa entre vários estados, inclusive os do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, dois grandes centros produtores de petróleo. O Rio não ficou com a refinaria, mas receberá investimentos da empresa para a instalação de uma petroquímica.

O Rio de Janeiro chegou a lançar nos meios de comunicação a campanha "A Refinaria é Nossa". No estado, fica a Bacia de Campos - a maior província petrolífera do país, e que responde por cerca de 80% de toda a produção nacional de petróleo e gás, hoje da ordem de 1,7 milhão de barris de petróleo,

A decisão de construir na região Nordeste a nova unidade de processamento atende à necessidade da logística de distribuição da Petrobras – a maior parte das 11 refinarias do parque nacional de refino está concentrada nas regiões Sudeste e Sul do país. A escolha se deve também a interesses da própria PDVSA, que entrará com 50% dos US$ 2,5 bilhões necessários ao empreendimento.

Segundo informações recentes do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, estudos da estatal indicavam a possibilidade de a refinaria ficar em cinco estados, inclusive Pernambuco, alvo preferido da estatal venezuelana. "O nosso sócio no empreendimento, a PDVSA, no entanto, tem manifestado a preferência por Pernambuco. Se nossos estudos mostrarem que não fará diferença seja qual for destes estados o escolhido, e se temos um sócio que quer fazer a refinaria em Pernambuco, por que não fazer lá a nova unidade?, questionou Gabrielli, na oportunidade.

Embora a PDVSA tenha sido atendida em seu desejo, o Rio de Janeiro, com a sua campanha "A Refinaria É Nossa", não saiu do processo de mãos vazias. No estado, será construída uma refinaria petroquímica.

A confirmação da construção da Planta Petroquímica Básica no estado já foi feita ao governo fluminense, pelo próprio Gabrielli. O empreendimento envolverá em sua primeira fase investimentos de até US$ 3,5 bilhões e deve gerar 75 mil empregos diretos e indiretos, segundo adiantou na oportunidade o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

O projeto total absorverá investimentos de US$ 9 bilhões. Ao contrário da refinaria do Nordeste (que vai transformar petróleo bruto brasileiro e venezuelano em óleo diesel e GLP, o gás de cozinha), a indústria a ser construída em solo fluminense se destinará basicamente a produzir matéria-prima (insumo) para o setor petroquímico, devendo utilizar o petróleo extraído na Bacia de Campos também para refinar óleo diesel e GLP, só que em menor escala.

A petroquímica deverá começar a ser construída no início de 2007, devendo entrar em operação no final de 2010, início de 2011.