Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Duas equipes da Polícia Federal estão investigando cinco pontos do Rio de Janeiro suspeitos de armazenarem os 9 mil litros do óleo ascarel, substância cancerígena, retirados na terça-feira (27) do prédio que vai sediar o Instituto de Traumato-Ortopedia (Into).
A polícia chegou a esses locais depois de receber informações da população por um número de telefone divulgado para receber denúncias. "O essencial agora é que continuemos nesse apelo para que a população informe qualquer detalhe que possa levar à localização desse material. Não podemos nem supor o lançamento desse material na natureza, no solo, na água porque são efeitos tão assustadores, são cancerígenos e afetam o sistema nervoso central", afirmou o chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF, Deuler da Rocha.
Ele disse acreditar que um grupo organizado tenha roubado a substância. A primeira linha de investigação foi o comércio ilegal de cobre, material utilizado na produção de geradores e transformadores de energia, que usa o ascarel como isolante.
A hipótese da comercialização do ascarel no mercado negro surgiu, segundo Rocha, depois que a equipe estudou a legislação que proíbe a comercialização do óleo desde 1981, mas permite o uso do produto enquanto os equipamentos tiverem vida útil, entre 25 anos e 50 anos.
"Isso leva à conclusão lógica que há um mercado negro, levando-se em consideração que as empresas não encontram o material no mercado regular para suprir esses equipamentos", argumentou Rocha.
A equipe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico está pesquisando se há alguma portaria ministerial, estadual ou de outro âmbito que permita a compra legal do ascarel para impedir a ação de quadrilhas, especializadas em obter o produto.