Brasília, 29/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a vontade política dos governos do Brasil e da Venezuela foi fundamental para a concretização do convênio assinado hoje (29) entre a Petrobras e companhia petrolífera venezuela PDVSA.
Para Lula, esse é um passo importante em direção à integração da América do Sul, porque "a gigante Petrobras e a gigante PDVSA, com muita paciência e muito tempo" fazem um acordo para produzir e refinar petróleo em parceria, além de tentar "construir juntas navios para poder transportar e vender" o produto. Ele acrescentou que se trata de "um passo que com certeza, estejam Bolívar e o nosso Tiradentes onde estiverem, certamente eles estarão pensando que demorou 200 anos, mas está acontecendo agora o que deveria ter acontecido há muito tempo".
O acordo para a construção de uma refinaria no Porto de Suape, em Pernambuco, foi assinado pelos presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e da PDVSA, Rafael Ramirez. A unidade receberá investimento de US$ 2,5 bilhões e terá capacidade de produzir cerca de 200 mil barris de petróleo por dia. O nome da refinaria, Abreu Lima, homenageia o general pernambucano que lutou pela independência dos países latino-americanos.
O presidente Lula também disse acreditar que esse acordo reafirma a autonomia dos paises sul-americanos em relação aos países desenvolvidos. "Isso incomoda, porque as pessoas estavam habituadas a decidir e nós, a dizer amém. Nós não queremos tirar nada de ninguém. A única coisa que nós queremos dizer ao mundo é que nós gostamos de nós. Que nós respeitamos e que queremos ser ouvidos enquanto países soberanos, donos das soluções dos nossos problemas. E que queremos partilhar essas coisas, esse nosso sucesso, com os nossos irmãos", declarou.
Na cerimônia também foi aberta oficialmente a 1ª Reunião dos Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações, que segundo o presidente "parecia impossível ao olhos teóricos de alguns analistas". Lula defendeu que essa comunidade "seja integrada do ponto de vista político, cultural e comercial, mas sobretudo do ponto de vista da nossa infra-estrutura, porque sem comunicação, sem energia, sem portos, sem ferrovias, sem hidrovias, sem estrada e sem aeroportos não há integração. Haverá discurso, mas integração de verdade não haverá".