Início de negociação com chineses foi "difícil", diz Furlan

29/09/2005 - 17h45

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma missão brasileira está em Pequim negociando que a China limite suas exportações ao país. "Como todo início de negociação, o processo é difícil e é preciso ter paciência", disse, em entrevista por telefone, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, chefe da missão. Furlan esteve hoje (29) com o ministro do Comércio da China Bo Xilai.

Segundo Furlan, os dois lados trataram de delimitar suas propostas e ambos os países se mantiveram firmes nas suas posições, embora o clima da reunião tenha sido de cordialidade. "As equipes técnicas ficaram reunidas até as dez horas da noite. Temos expectativa de conseguir algum resultado, mas provavelmente será menor do que a gente pretende e maior do que eles estão dispostos a dar", disse Furlan, lembrando que o setor privado brasileiro vem acompanhando de perto das reuniões.

Furlan adiantou também que deverá ser criada uma comissão bilateral de monitoramento, que irá se reunir periodicamente para analisar eventuais desvios de comércio ou alguma aceleração inesperada de importações chinesas.

O ministro brasileiro ressaltou para as autoridades com quem manteve encontros que a regulamentação das salvaguardas específicas para a China será realizada proximamente. "Deixei muito claro que, independente do resultado da reunião, nós vamos publicar a regulamentação das salvaguardas, e que da parte deles isso não deve se constituir nada ofensivo. O uso que será feito das salvaguardas é que vai depender dos acordos que chegaremos", explicou Furlan.

Amanhã (30), Furlan terá novo encontro com o ministro do Comércio, Bo Xilai, pela manhã. Ele também se reunirá com Ma Kai, ministro da Comissão Nacional para Reforma e Desenvolvimento.