Inflação fica negativa pelo quinto mês consecutivo, revela Fundação Getúlio Vargas

29/09/2005 - 10h48

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - Pelo quinto mês consecutivo a inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) em setembro apresentou variação negativa (-0,53%). Mesmo assim, os preços tiveram um pequeno aumento com relação a agosto no atacado, nas vendas ao consumidor e nos custos da construção civil. Em agosto, o IGP-M tinha sido de -0.65%.

A leve aceleração nos preços medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que passou de -0,32% para -0,17%, foi o que mais pressionou no resultado do IGP-M este mês. Os maiores impactos vieram com os gastos com a gasolina (de 0,13% para 2,28%) e com o pagamento da conta de água e esgoto residencial (0,32% para 4,73%). Já no setor alimentação a queda nos preços em setembro foi maior que em agosto, com destaque para a melancia (1,51% para –15,72%) e a manga (-3,36% para –13,68%).

No atacado, os produtos que apresentaram as maiores quedas nos preços foram o ovo (-5,74% para –13,16%), leite "in natura" (-2,17% para –7,21%), soja (-1,77% para –5,32%) e feijão (-13,66% para –15,82%). Os preços dos óleos combustíveis (-3,12% para 4,57%), querosene para motores (1,32% para 7,67%), aves (1,14%3,46%), óleo diesel (-0,34% para 1,62%) e suínos (3,00% para 4,33%) fora os que mais influenciaram para que o Índice de Preços por Atacado (IPA), que passou de -0,88% para –0,76%, apresentasse esse mês uma queda menor que a verificada há 30 dias.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) foi o único dos três que compõem o IGP-M a apresentar relativa estabilidade durante o período, apesar de não registrar deflação. A taxa passou de 0,05% no mês passado para 0,06%, sem setembro. Houve aumento na variação do item materiais (0,05% para 0,08%) e queda no item serviços (0,31% para 0,26%). Os custos com a mão-de-obra se mantiveram estáveis.

O IGP-M é calculado no Rio e em São Paulo com base nos gastos de famílias com renda mensal de até 33 salários mínimos e serve como parâmetro para a correção dos principais preços do mercado, como aluguéis e tarifas de energia elétrica e de telefone. Os dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getúlio Vargas foram calculados com base nos preços coletados entre os dias 21 de agosto e 21 de setembro.