Érica Sato
Da Agência Brasil
São Paulo – Os funcionários do Banco Central (BC) em São Paulo decidiram manter por tempo indeterminado a greve iniciada há 11 dias, depois do fracasso das negociações com o governo na terça-feira (27), afirmou hoje o presidente da regional paulista do Sindicato dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Daro Piffer. Ele diz que dois terços da categoria em São Paulo permanecerão em greve em razão do impasse. "Estamos dependendo do governo acenar uma continuidade das negociações ou uma nova proposta para decidirmos sobre o final da greve", completou.
Segundo Piffer, os funcionários do Banco Central entraram nas negociações pedindo um reajuste de 57% nos salários ainda este ano. O governo ofereceu 4,5% a partir de janeiro e o sindicato contra-propôs, na terça-feira, 37% também para este ano. De acordo com Piffer, o governo recusou a nova proposta e se retirou das negociações. "Eles (o governo) disseram que aquilo não era uma mesa de negociações clássica, que o governo não tinha mais nada a negociar, que aquela proposta deles era a última e definitiva", afirmou.
Para o presidente do sindicato, o maior problema ocorre nos contratos fechados a futuro, pela cotação do dólar do dia. "Essa é uma cotação média do dólar no dia, que o Banco Central só está conseguindo divulgar tarde da noite, obrigando os bancos a ficarem até tarde para saber o valor das taxas e assim fecharem os contratos" disse Piffer.
Outros serviços prejudicados com a paralisação da categoria, para Piffer, são "a área de distribuição de numerário (dinheiro), a custódia do dinheiro dos bancos e as taxas de câmbio". Ele disse que o Banco Central foi afetado com a greve e "as operações de importação e exportação" estão sendo prejudicadas.