Juliana Cézar Nunes e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O doleiro Antonio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, confessou hoje (20) que ajudou a enviar para uma conta no exterior a propina paga por empresas de coleta de lixo à prefeitura de Santo André. O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), contou que Barcelona disse ter atuado na conversão em dólar desse dinheiro. E que depois da conversão, os dólares foram para uma conta chamada Barnet, no Merchant Bank, nos Estados Unidos.
O líder pefelista informou ainda que o dinheiro da chamada "máfia do lixo" chegava à empresa de Barcelona em notas de pequeno valor. O doleiro, no entanto, não revelou quem repassava esse dinheiro. O esquema foi revelado durante a sessão reservada – sem a presença da imprensa – das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) dos Bingos, dos Correios e da Compra de Votos. Além de Agripino, confirmaram a confissão do doleiro o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o deputado federal Sílvio Torres (PSDB-SP).
Enquanto o depoimento foi aberto à imprensa, Barcelona disse que não acreditava em uma ligação entre o suposto esquema de propina em Santo André e a morte do prefeito Celso Daniel. "Ouvi na cadeia que foi um crime comum mesmo", contou o doleiro.