Novo comandante das tropas no Haiti diz que país vive calma ''significativa''

20/09/2005 - 11h47

Keite Camacho
Enviada especial

Porto Príncipe (Haiti) – Há 19 dias no comando da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas (Minustah), o general brasileiro Urano Bacellar afirma ter encontrado o país em uma "situação de calma bastante significativa", em relação ao que o país viveu no último ano. Após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, a Minustah chegou ao país com o objetivo de garantir a estabilidade, apoiar a reconciliação política e a retomada do desenvolvimento.

"Uma situação de razoável estabilidade e segurança foi estabelecida pela força militar da Minustah e pela ação de toda a missão em conjunto em todo o país", disse Bacellar. Ele destacou, entretanto, algumas áreas onde a segurança é mais crítica, como a região de Cité-Soleil, Cité- Militaire e Show de Gost. "Estamos avançando bastante em Bel Air, em uma situação de estabilidade bem maior que nas demais".

A missão também deverá garantir a segurança do processo eleitoral. O primeiro turno está marcado para acontecer no dia 20 de novembro. Já o segundo turno ocorrerá em 3 de janeiro.

Segundo Bacellar, está previsto o aumento do número de militares na região. "Estamos aguardando a chegada de um efetivo de um batalhão da Jordânia, com cerca de 750 homens, receberemos também mais 200 militares do Sri Lanka e ainda 200 de um outro país que ainda não está bem definido", disse.

A missão conta atualmente com um efetivo de 7.500 militares e 1.897 policiais. O Brasil contribui com o maior contingente, de cerca de 1.200 militares, entre oficiais, sargentos e soldados.

Bacellar se encontrou com o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, na noite de segunda-feira (19). Amorim visita o país com o objetivo de recomendar a manutenção do período de eleições e de participação de todos no processo eleitoral.

Do desembarque no aeroporto Toussainint Louverture até o Hotel Montana, num percurso de cerca de 30 minutos, a capital haitiana pareceu tranqüila, sem conflitos ou grupos armados pelas ruas. Escoltados por soldados da Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), o comboio que levava o ministro Amorim chegou sem problemas ao seu destino.

A população segue com sua rotina. Nas ruas de Porto Príncipe, a economia informal segue a todo vapor, com pessoas vendendo roupas e outros objetos nas calçadas. A sensação é de que o haitiano já se habituou à presença dos capacetes azuis.