Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que não vai interferir na sucessão presidencial da Câmara dos Deputados, se o presidente Severino Cavalcanti renunciar. Segundo o ministro Jaques Wagner, da Secretaria de Coordenação Política e Articulação Institucional, Lula se reuniu hoje com Severino, que "não confirmou se optaria pela renúncia".
O ministro disse que Lula não segue "a tradição republicana" de fazer da Câmara uma extensão do Palácio do Planalto. "Ao não fazer isso, acho que ele fortalece a Câmara e fortalece o papel dos partidos políticos", observou.
Jaques Wagner afirmou que o presidente, na reunião que teve pela manhã com os líderes do governo, Arlindo Chinaglia, e do PT na Câmara, Henrique Fontana, quis saber apenas se já existia, entre os líderes da base de apoio do governo, algum consenso sobre um candidato. "Eles comunicaram que estaria havendo uma primeira reunião dos líderes para tentar chegar a um nome comum a todos estes partidos", contou.
O ministro lembrou que, mesmo com a experiência de fevereiro, quando o candidato do PT foi derrotado, não é hora de defender um nome em função de um partido. "Eu acho que ninguém tem de fincar pé porque quem for presidente daquela Casa não é presidente do seu partido, mas é presidente da Casa. Nenhum partido sozinho tem mais de 257 votos. Estou falando isso muito à vontade porque já defendia isso quando era oposição", disse ele.