Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social anunciou hoje a aprovação do primeiro financiamento para um projeto de geração de energia eólica, isto é, a partir dos ventos. O repasse acontece no âmbito do programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Fontes Alternativas de Energia (Proinfa).
Serão liberados R$ 465 milhões para a empresa Ventos do Sul Energia, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) formada com a finalidade de construção de três parques eólicos no município gaúcho de Osório e controlada pela companhia Enerfin Enervento, da Espanha, que detém 90% do capital.
Segundo estima o BNDES, esse será o maior parque eólico do país. A chefe do Departamento de Petróleo e Gás do Banco, Claúdia Prates, diz que o projeto deverá estar concluído em dezembro de 2006. "Os trabalhos já foram iniciados e as encomendas de equipamentos estão feitas à empresa brasileira Wobben, subsidiária da alemã Enercon, que tem plantas no Ceará e em Sorocaba (SP)".
O projeto tem capacidade de geração de 150 MW (megawatts) de energia. Cláudia Prates diz que outros sete projetos eólicos se encontram em análise, totalizando possíveis investimentos de R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 821,4 milhões poderão ser financiados pela instituição."Tem um (projeto) em perspectiva, um em análise e mais cinco enquadrados".
O próximo projeto cujo financiamento pode ser autorizado pela diretoria do BNDES depende de estudo dos ventos, o que está sendo objeto de uma auditoria. Cláudia Prates afirmou que, no máximo em um mês e meio, esse projeto deverá estar sendo encaminhado à diretoria. A técnica do BNDES ressaltou que todos os projetos de geração de energia eólica já têm licença ambiental, o que significa que estão em conformidade com as normas de proteção ambiental. Esse é um pré-requisito do Proinfa, lembrou.
A participação do BNDES no projeto da Ventos do Sul corresponde a 69% do investimento previsto. O banco estima que serão gerados 500 empregos diretos durante as obras. O financiamento do BNDES nos projetos de geração eólica alcança até 80% do investimento. "Vai depender da capacidade de pagamento, isto é, do fluxo de caixa do projeto", explicou Prates.