Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em dois anos, o consumo médio de pescado no Brasil cresceu cerca de 30%, passando de 6,8 para 8 quilos per capita anuais. A informação consta de levantamentos do setor de supermercados. Hoje, o ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap), José Fritsch, lançou a 3ª Semana do Peixe, que tem o objetivo de estimular o aumento do consumo de pescado no país.
Em entrevista para diversas rádios do país, a partir dos estúdios da Radiobrás Fritsch afirmou que aos poucos o pescado está se tornando mais popular no Brasil. O ministro lembrou que em muitas regiões do país o peixe é popular. Ele citou como exemplo o que acontece em toda a Bacia Amazônica. "O consumo na Amazônia passa de 60 quilos de peixe por pessoa, no ano", disse.
Segundo o ministro, outras regiões do país contabilizam um consumo que a secretaria considera bom. "Na Bacia do Pantanal se tem também uma grande quantidade de consumo", observou. Ele lembrou também o mesmo perfil das áreas litorâneas e próximas do litoral, "onde quase todas as comunidades pesqueiras e os pequenos municípios consomem principalmente peixe".
Conforme relato de Fritsch, os estados onde o consumo ainda não é considerado expressivo são Goiás, Paraná, São Paulo, interior de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.
Fritsch revelou que, no Distrito Federal, pesquisa informal feita no primeiro ano do governo em estabelecimentos de venda de pescado não detectou, por exemplo, nenhum peixe da espécie tambaqui, muito consumido na região, por menos de R$ 8, R$ 9 o quilo. "Hoje, você vai a todos os supermercados e compra tambaqui a R$ 4 o quilo". O ministro atribui o fato à política adotada pela secretaria ao longo desses dois anos de trabalho.
"Hoje, os produtores (piscicultores) de Goiás, Tocantins e mesmo do Distrito Federal têm ofertado seu peixe toda a semana para os supermercados. Temos várias cadeias de supermercados que têm até o dia do peixe", lembrou. O ministro ressaltou que a tradição do povo brasileiro ainda é de comprar o peixe fresco.
O ministro esclareceu que a secretaria está induzindo indústrias e frigoríficos a adotar uma nova lógica que contribua para a mudança de hábito, de modo que a população passe também a consumir peixe congelado. "Eu estive, por exemplo, na semana passada em Belém, no município de Vigia, onde visitei um frigorífico que processa hoje, praticamente 80% do seu pescado que é vendido congelado". Para Fritsch esse é um exemplo a ser seguido.
