Luiz Marinho diz que ''o país tem muito a comemorar, apesar dos juros altos''

13/09/2005 - 23h19

Brasília – O ministro do Trabalho, Luiz Marinho afirmou que "o país tem muito a comemorar, apesar da política fiscal e monetária fortes, com juros altos, mas que deverão entrar em redução", pois ao final dos 4 anos de mandato do presidente Lula o programa "Bolsa Família", que hoje beneficia 8 milhões de famílias, chegará a 11 milhões de benefícios". O salário mínimo "também estará em dezembro de 2006 num patamar ‘muito mais elevado’, comparado ao valor de janeiro de 2003, quando o presidente Lula assumiu o governo".

A geração de empregos no país, lembrou Marinho, está ocorrendo a uma média mensal de 104 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. "Em julho último foram criados 117 mil novos empregos e em agosto, os números que vamos anunciar na próxima semana, certamente vão ultrapassar os de julho".

O ministro do Trabalho participou da entrega do "I Prêmio FGTS Celso Furtado", que contemplou as melhores monografias sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, criado há 39 anos (1966). Para Luiz Marinho, a comemoração da entrega do prêmio é uma oportunidade "de termos renovadas nossas esperanças e convicções, pois Celso Furtado, (já falecido), se estivesse aqui, diria ‘Eu sou otimista com o Brasil’". O ministro falou da importância do FGTS para a formação de patrimônio para o tralhador e lembrou que há cerca de dez anos "alguém sugeriu que o FGTS fosse extinto", e na ocasião "houve grande reação dos trabalhadores e da sociedade contra a idéia", que segundo ele, "não encontraria eco no Congresso Nacional".

"Trata-se de um instituto que além de proteger o trabalhador contribui também de forma estratégica para a inclusão social, pois os recursos são utilizados em obras de saneamento, promovendo a inclusão social e o oferecimento de moradias, através dos financiamentos de imóveis".

O ministro de Estado do Controle e da Transparência, Waldir Pires afirmou na cerimônia de entrega do prêmio que conviveu com Celso Furtado no exílio e a escolha do seu nome para o prêmio, feita pelo então ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, "foi muito feliz" pois as idéias do economista "estão no espírito das metas do governo do presidente Lula". "Celso Furtado foi na minha geração o pensador mais profundo e mais vinculado às idéias da dignidade da vida humana".

Pires falou da "enorme preocupação" de Celso Furtado "com a natureza do Estado democrático" e da sua percepção de "que os resultados da economia não podem estar ausentes no conjunto das necessidades e dos constrangimentos da humanidade". Waldir Pires traduz no pensamento de Celso Furtado o sentido de que "no cotidiano da vida dos diversos países a economia deve buscar caminhos, soluções e inspiração para que seus fins possam atender aos interesses da humanidade".

O I Prêmio FGTS Celso Furtado é patrocinado pela Caixa Econômica Federal e Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e foi entregue com a presença da viúva do economista, Rosa D’Aguiar Furtado. Foram premiados três trabalhos, que receberam na categoria de participantes profissionais R$ 10 mil e de estudante R$ 5 mil. Foram contemplados o professor de Economia e de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, João Serafim Tusi da Silveira, o advogado Igor Vasconcelos Saldanha e o estudante de Direito Levi José Cruvinel Neto.

O professor João Serafim abordou a construção de um modelo de fundo de gestão para o desenvolvimento urbano brasileiro. Ele afirma que "é uma grande novidade" pois "é uma análise feita totalmente com base nos objetivos da política nacional de Desenvolvimento Urbano". O trabalho aborda objetivos estratégicos para a produção de habitações, serviços, bens e produtos urbanos. O professor avalia que seu projeto "foge das avaliações tradicionais que olhavam o desenvolvimento urbano como maciçamente concentrado em habitações e urbanismo".

O advogado Igor Vasconcelos Saldanha , formado em 2003, apresentou estudo sobre a formalização jurídica do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço, procurando "desvincular o FGTS do caráter e do estigma de verba trabalhista", mostrando, segundo disse, que se trata de um instrumento importante para a criação de habitações, de infra-estrutura e de saneamento, "destinações que muitas vezes ficam esquecidas quando se fala do FGTS".

O estudante de direito Levi José Cruvinel Neto abordou em sua monografia "O FGTS e o ente público", fazendo "um delineamento histórico sobre a legislação", que conforme lembra "está na Constituição Federal como contribuição social e integra o contrato trabalhista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).